sexta-feira, 4 de março de 2011

BEM VINDO!

Clique nos posts e acompanhe a viagem que fizemos pelo suldo Brasil, Uruguai, Argentina e Chile.

Anote as dicas e prepare sua mochila; você não vai se arrepender!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

CARRO

Se você se interessou por conhecer a Argentina de carro, deve estar preparado para fazer uma viagem mais longa e mais cansativa. É possível conhecer quase todos os pontos turísticos que conhecemos em roteiros feitos por avião + táxi (van, carro alugado, etc); no entanto, você perderá uma parte muito bacana: a paisagem! Isso tem um preço: tempo e disposição. Você pode notar no diário do blog, que dos 28 dias de viagem, 14 dias foram gastos exclusiva ou predominantemente com deslocamento, já que as distâncias entre os pontos que visitamos era muito grande. Entre Buenos Aires e Puerto Madryn percorremos cerca de 1400km em 16h de viagem (Dia 4); Entre Buenos Aires e Apucarana, já de volta ao Brasil, percorremos cerca de 1800km em 22h de viagem (Dias 27 e 28).

Desta forma, é realmente importante escolher o veículo adequado ao trecho que será percorrido (ou o trecho adequado ao veículo), levando em conta o tempo disponível para a viagem. Se você pretende fazer uma viagem tão longa quanto a que fizemos, desaconselho usar menos de 25 dias; caso contrário, você praticamente se limitará a dirigir!

Quando definimos os pontos turísticos que gostaríamos de conhecer, estudamos as vias pelas quais chegaríamos aos nossos destinos. Para esta tarefa, o Mapa Rough Guides, o software Mapsource e o site www.ruta0.com.ar foram muito bons, aliados aos relatos de outros viajantes que fizeram os mesmos trechos. Vale a pena perguntar nos postos de combustíveis, restaurantes, pousadas e hotéis como está a estrada no trecho que você vai seguir, com o objetivo de confirmar as informações que você tem.

Se o seu roteiro prever principalmente estradas de asfalto, qualquer veículo de passeio deve dar conta do recado, com atenção e paciência; camionetes e SUV`s vão tranquilos a quase todo lugar. Se for passar por estradas de ripio, confira com atenção o estado da estrada e vá com calma, se estiver em um veículo de passeio. Se o seu carro for esportivo, com suspensão rebaixada ou se estiver baixo em razão do peso, evite o rípio a todo custo. Pode parecer "loucura" fazer um desvio grande para evitar o rípio, mas pior é ficar parado e desassistido no meio do "nada"! Além disso, lembre-se que as estradas asfaltadas costumam ser muito boas; por isso se precisar andar 300km a mais, poderá fazê-lo em 3 horas a mais com folga!

Um item obrigatório, caso você pretenda enfrentar trechos de rípio, é o protetor de carter. Verifique se o seu veículo possui e se está bem afixado. Se não possuir, mande instalar o melhor modelo disponível; é um dinheiro bem gasto.

Na revisão prévia, troque óleo e filtros de óleo, ar e combustível. Verifique os freios (discos, pastilhas, lonas e tambores) e o estado das mangueiras de combustível e fluido de freio que passam debaixo do assoalho. Verifique o escapamento e as presilhas de borracha que o sustenta. O cuidado com a parte inferior do carro se justifica pois é comum encontrar trechos com pedras soltas e grandes, que costumam bater forte nas partes acima citadas. É conveniente levar um pedaço adicional de mangueira, conectores, braçadeiras e um filtro de combustível extra, especialmente se no seu carro ele ficar exposto embaixo do assoalho: há relatos de viajantes que tiveram este componente quebrado em estradas de rípio. Quanto ao óleo e filtro, não será difícil encontrar os modelos mais comuns nos postos de combustíveis; mas se você quiser levar uma troca, já vai garantido.

Vale a pena verificar se o seu modelo de veículo existe na Argentina (fabricado ou importado), pois vários deles são iguais àqueles que temos no Brasil. Em caso positivo, imprima uma lista das concessionárias, pois em caso de necessidade, você poderá encontrar peças e serviços de confiança. Lembro-me de ter lido em algum lugar que a Argentina não produz nem importa veículos de 1000 cilindradas; e realmente não encontramos veículos "mil" por lá.

Os itens de segurança adicionais que a legislação argentina exige são:
  • Dois triângulos de sinalização;
  • Um cambão rígido ou cabo para reboque;
  • Caixa de primeiros socorros.

Lembre-se do extintor de incêncio, estepe, macaco, etc, os quais são exigidos no Brasil também. Vale a pena levar um farolete e baterias, um jogo de lâmpadas para os faróis do carro, um kit de reparo de pneu furado ou spay de espuma vedante. É um monte de coisa, mas quando se está a 300km do posto mais próximo, em uma estrada de chão, ventos de 80km/h e clima hostil, a última coisa que você quer é estar desprevenido!

Você também vai precisar da "carta verde", que é um seguro contra terceiros válido em todo o Mercosul. Consulte o seu corretor de seguros; basta preencher o formulário, pagar o boleto e protocolar tudo na seguradora. Note que existem seguros em que a cobertura contra terceiros estende-se a todo o Mercosul e eles são válidos, elidindo a necessidade da "carta verde". No Uruguai, por exemplo, o agente da imigração pediu para conferir nossa apólice "normal" para checar se a mesma cobria danos a terceiros em outros países, mas quando falamos que tínhamos a carta verde, ele a dispensou. Porém, note que a Policia Caminera das províncias de Entre Rios, Corrientes e Missiones tem fama de cobrar itens não obrigatórios (como "lençol branco") como pretexto para extorquir motoristas estrangeiros. Então, nosso conselho é: faça uma carta verde e não deixe margem para o azar de ser parado por um policial mal intencionado.

Outras dicas:

  • na Patagônia, o vento é muito forte, então, elimine tudo o que possa atrapalhar a aerodinâmica do carro. Se não for essencial, não leve bagageiro.
  • as estradas possuem muitas retas e não são muito movimentadas; por isso, um piloto automático vai ajudar bastante a não cansar as pernas e economizar combustível.
  • em rodovias, você deve andar sempre com o farol ligado, mesmo durante o dia.

Todas estas precauções e advertências têm o objetivo de prevenir problemas; coloque em seu check list e pé na estrada! Você tem uma boa chance de andar 15 mil km e não precisar de nada disso!

Os combustíveis já ganharam um post próprio; então, é isso aí.

Se você tiver alguma informação a mais, quiser sugerir alguma correção ou fazer uma pergunta, faça um comentário abaixo.

Abraços.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

COMBUSTÍVEIS

Na Argentina não existe etanol combustível nos postos. Você terá gasolina (nafta), diesel (gasoil) ou GNV (GNC). Nas províncias de Entre Rios, Corrientes e Misisones encontramos vários postos "bandeira branca". Porém, a imensa maiora dos postos é da estatal YPF ou da Petrobrás. Você também encontrará alguns Esso ou Shell.

O GNV está presente em poucos postos, geralmente próximos a cidades maiores. Se você pretende abastecer com GNV, verifique o site www.ruta0.com, que possui uma opção para GNV no roteador. Se você for abastecer com gasolina, saiba o seguinte:

A gasolina argentina não possui mistura de álcool anidro existente no Brasil; é pura. Normalmente, os motores andam muito bem com ela, mas verifique as especificações do seu veículo. Atualização: veja esta página e esta outra, ambas no site da revista Auto Esporte.

Você vai encontrar, normalmente, uma ou duas opções de gasolina em cada posto, todas sem chumbo:
YPF Super XXI (nafta grado 2): 95 octanas
YPF Premium Fangio XXI (nafta grado 3): 97,5 octanas
Petrobrás Super (nafta grado 2): 95 octanas
Petrobrás Podium (nafta grado 3): 100 octanas

Em todos os postos que abasteci havia nafta grado 2 (Super) e grado 3 (Premium), exceto alguns lugares mais remotos e Tierra del Fuego, em que havia somente a grado 2 (Super). Não encontrei a nafta grado 1 (Comum), de 85 octanas.

Meu carro trabalha com taxa de compressão de 12,1:1. Utilizei a Super XXI, Premium Fangio e Podium e não consegui notar diferença no desempenho, nem consumo entre elas (se a comparação for com a gasolina brasileira, há, sim diferença). Sei que a gasolina premium (alta octanagem) é indicada para motores que trabalham com taxas de compressão mais elevadas (a partir de 12:1). A gasolina comum (grado 1, 85 octanas) não deve ser usada, especialmente em motores com taxa de compressão mais elevada, pois pode acarretar a pré-queima. Se alguém aí possuir conhecimentos técnicos mais precisos pode postar comentário complementando ou corrigindo estas informações que obtive.

Na média, obtive consumo médio de 15km/l (motor 1.6, VHT, VW), mas em determinados trechos o consumo chegou a mais de 20km/l. Vários fatores poderão influir: relevo, estilo de direção e o vento. Na Patagônia venta! E conforme a direção do vento, você notará diferença no consumo, especialmente se possuir coomputador de bordo no carro. O vento contrário trazia a média para 12km/l; vento a favor leva o consumo a 18km/l. Se você combinar o vento a favor, velocidade moderada e constante, estrada plana e reta e piloto automático, poderá chegar à média de 20km/l que verificamos em alguns trechos.

Preços aproximados nas províncias de Buenos Aires, La Pampa, Rio Negro e Neuquen (litro):
YPF Super XXI (nafta grado 2): 95 octanas AR$ 4,127
YPF Premium Fangio XXI (nafta grado 3): 97,5 octanas AR$ 4,699
Petrobrás Super (nafta grado 2): 95 octanas AR$ 4,255
Petrobrás Podium (nafta grado 3): 100 octanas AR$ 4,899

Preços aproximados na Patagônia (litro):
YPF Super XXI (nafta grado 2): 95 octanas AR$ 3,119
YPF Premium Fangio XXI (nafta grado 3): 97,5 octanas AR$ 3,699
Petrobrás Super (nafta grado 2): 95 octanas AR$ 3,255
Petrobrás Podium (nafta grado 3): 100 octanas AR$ 3,734

Boa parte dos postos de combustíveis aceita cartão de crédito, especialmente aqueles próximos a lugares mais povoados. No entanto, você DEVE ter dinheiro vivo em mão, porque em alguns casos é a única forma de pagamento aceita!

Ande com o tanque cheio, especialmente se estiver na Patagônia. Não perca a oportunidade de completar quando houver um posto na estrada. Tenha o hábito de perguntar ao frentista a quantos kilômetros fica a próxima estación na direção em que você vai seguir viagem. É comum haver distâncias de 200km, 300km sem posto de combustíveis. O GPS também pode te ajudar, se você incluir marcações dos postos de combustíveis.

No caso do diesel, não temos informações, mas deve ser tranquilo, pois vimos vários veículos com placas da Europa (!) utilizando-o: ônibus, suv's, caminhões (tipo rally), etc.

ROTEIRO

Uma vez que você tenha decidido quais lugares por onde você passará, é hora de montar o roteiro de viagem, isto é, o itinerário. O Mapa Rough Guides Argentina vai te ajudar bastante nisso, mas você pode começar a fazer as simulações pela internet, no site www.ruta0.com.

Um GPS será indispensável. A dica é: os aparelhos da marca Garmin, permitem a utilização dos mapas gratuitos do Brasil (www.tracksource.org.br) e Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile (www.proyectomapear.com.ar).

Estes mapas são editados por uma comunidade de viajantes, que acrescentam marcações de hotéis, albergues, restaurantes, shoppings, supermercados, postos de combustíveis, etc, chamados "POI`s" - Pontos de Interesse.

No site do tracksource você encontrará informações detalhadas de como instalar os mapas, carregar POI`s, e, principalmente, utilizar um software Garmin chamado MAPSOURCE, que vai te ajudar muito a planejar seu roteiro, importando/exportando informações do/para o aparelho de GPS. Se você tiver um notebook, recomendo instalar o referido programa nele e levar para a viagem.

Você também pode utilizar o excelente Google Earth, especialmente nesta fase de planejamento; mas deve considerar que o GE precisa de internet. Apesar de ser possível encontrar wi-fi em 95% dos postos de combustíveis, restaurantes e hotéis, você pode precisar de dados no meio do caminho... nestas horas críticas, o Mapsource será melhor, pois carrega todas as informações dos mapas no HD.

Nesta fase, você terá que considerar algumas questões:

a) Em qual época do ano você vai viajar? Nós escolhemos viajar no verão, então, não nos preocupamos com neve, correntes, etc. Não obstante o verão, pegamos neve na estrada em Ushuaia (veja o post). Se você planeja viajar entre os meses de maio e setembro, deve pesquisar com cuidado qual o clima dos lugares por onde vai passar, especialmente se for passar pela Patagônia: é comum que nevascas impeçam o tráfego em certas partes da estrada, às vezes por dias, segundo informações que obtivemos. Em outras partes, as correntes para os pneus serão indispensáveis. Tenha em mente que a neve e o gelo aumentam consideravelmente os riscos da estrada e que você vai passar por regiões isoladas e despovoadas; lugares onde o próximo posto de combustível poderá estar a 300km de distância; lugares em que poderá ser difícil obter socorro. Então, planeja com cuidado por onde passará, caso vá viajar em época fria.

b) Por quais estradas você vai passar? Boa parte das estradas argentinas é asfaltada e está em excelentes condições. Todavia, várias atrações consagradas podem te exigir trafegar por estradas de rípio, que são estradas de chão, cascalhadas. Muitos trechos de rípio estão bons e você pode trafegar com um carro de passeio a 80km/h. Todavia, outros trechos não estão tão bem e poderão trazer dificuldades para um carro de passeio, dependendo do modelo e peso que estiver carregando. Em alguns locais não era possível ir mais rápido que 15km/h. Na necessária passagem pelo Chile para chegar à Ushuaia, existem diferentes opções pelo rípio: uma mais longa e melhor e outra mais curta e pior. Outros trechos da Ruta 40, na Argentina estão sendo asfaltados, exigindo que se trafegue por desvios muito ruins. Vou incluir as dicas nos posts dos dias em que passamos por estes trechos.

Se você pretender circular por muitos trechos de rípio, prefira um veículo off road para a viagem. Se você não tiver opções (como nós), considere o seguinte: é possível ir com um carro de passeio (pelos trechos que percorremos), mas você terá que guiar com cuidado e estará sujeito a riscos maiores com os pneus, suspensão, escapamento, mangueiras de combustível e freios e pára-brisas, principalmente. Se o seu roteiro for somente pos estradas pavimentadas, você tem uma grande chance de rodar todo o caminho em excelentes estradas, sem qualquer problema!

PARA ONDE?

O primeiro passo é definir quais lugares você gostaria de visitar. Compre alguns guias turísticos, abuse da internet, veja as fotos que postamos e avalie o que te atrai: quais cidades, parques, passeios... enfim: qual o objetivo da sua viagem. Este passo é importante porque é a partir dele que você vai definir o seu roteiro, e então, sua logística.

Nós utilizamos os seguintes guias, que foram muito úteis:

Guia Visual Argentina - Publifolha. Muito bem ilustrado, indicando no mapa a localização das atrações, pontos turísticos, horários de funcionamento, etc.


Guia o Viajante Independente Argentina. Traz dicas detalhadas das principais cidades e atrações, incluindo sugestões de hospedagem, alimentação, etc. Tem poucas ilustrações, se comparado ao Guia Visual Argentina, mas é mais detalhado. Os preços que encontramos estão defasados, principalmente em razão da inflação na Argentina.

Mapa Rough Guides Argentina. É um mapa dobrável, impermeável, com informações rodoviárias detalhadas, indicações dos parques, etc. Indispensável.


Além destes guias, pesquisamos bastante em outros sites e blogs; é só pesquisar um pouco no google que você vai encontrar fartura de relatos de outras pessoas que vizeram jornadas semelhantes e conheceram os lugares que você deseja conhecer.

Você precisará decidir, também, quantos dias necessitará em cada localidade para conhecer as atrações que deseja.

As dicas específicas para os passeios que nós fizemos serão acrescentadas junto aos respectivos posts que já estão no blog. Assim será mais fácil organizar tudo, ok?


quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

DICAS

Gostou das imagens? Achou os lugares fantásticos? Se a resposta for "sim", tenho certeza que você está aí se perguntando porque não fazer uma viagem semelhante, para conhecer aquele local que te encantou. Pois, sim, é claro que você pode! Há seis ou sete meses atrás, ao ler relatos de outros viajantes, surgiu a vontade de conhecer estes lugares; e junto, surgiram diversas dúvidas, as quais foram sendo sanadas com pesquisas em manuais, mapas e relatos de outras pessoas.

Para retribuir a gentileza destes outros viajantes e incentivar aqueles que estão pensando em viajar ou já se preparando, vamos compartilhar algumas dicas que pensamos ser pertinentes.

Se você tiver alguma dúvida, pode postá-la nos comentários e, se estiver ao nosso alcance, teremos prazer em ajudá-lo.